O cofundador e o diretor financeiro da 777 Partners, empresa americana associada à falida companhia aérea australiana Bonza, foram alvos de acusações pelo FBI por um suposto esquema de fraude avaliado em US$ 500 milhões.
Após uma investigação abrangente, Joshua Wander, cofundador da 777 Partners, e Damien Alfalla, diretor financeiro, foram acusados de desviar mais de US$ 500 milhões de credores e investidores. As autoridades afirmam que a dupla manipulou os recursos da empresa e enganou investidores durante anos, apresentando a operação como uma “ilusão de estabilidade”.
De acordo com o que foi divulgado pela ABC News na Austrália, o diretor assistente do FBI, Christopher G. Raia, mencionou que as fraudes ocorreram por meio de relatos falsos de sucesso e gastos financeiros falsificados. Os investigadores alegam que Wander utilizou a empresa para enganar credores e investidores, utilizando ativos não pertencentes à companhia e criando documentos bancários falsos.
Um agente especial do Departamento de Segurança Interna, Ricky J. Patel, descreveu o esquema como egoísta e prejudicial, onde os réus desviaram fundos que deveriam beneficiar as vítimas, deixando investidores e credores em situação difícil.
Desde 2018, Wander investiu em setores de maior risco, como plataformas de streaming e clubes esportivos, mesmo sabendo que sua empresa não tinha os recursos financeiros necessários. Juntamente com Alfalla, ele enfrenta várias acusações de fraude, que podem resultar em longas penas de prisão.
Alfalla está colaborando com as investigações, enquanto a defesa de Wander insiste na inocência de seu cliente, alegando que se trata de uma disputa comercial disfarçada.
A Bonza, por sua vez, iniciou operações no aeroporto Sunshine Coast na Austrália em 2023, oferecendo voos a preços acessíveis entre destinos regionais e evitando concorrer diretamente com grandes companhias aéreas australianas. A companhia ainda enfrentava dificuldades financeiras quando entrou em colapso em abril de 2024, dependendo da 777 Partners para suporte quase total.
Após a falência, muitos funcionários não receberam pagamento, e passageiros perderam dinheiro em passagens já adquiridas, embora alguns tenham conseguido reembolsos através de estornos ou alternativas oferecidas por outras companhias. O governo australiano arcar com os salários não pagos dos trabalhadores através de uma assistência federal.
Em abril de 2025, a Comissão Australiana de Valores Mobiliários e Investimentos (ASIC) decidiu não responsabilizar os ex-diretores da companhia aérea, apesar das detecções feitas nos Estados Unidos.

