A associação ZERO expressou sua preocupação com a possibilidade de o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, continuar a operar voos noturnos durante o verão de 2026, a menos que o governo português tome medidas urgentes. Isso ocorre em razão da proximidade do prazo para a alocação de horários às companhias aéreas.
Em um comunicado recente, a ZERO destacou que a interrupção dos voos entre 01h00 e 05h00 ainda não foi implementada, apesar de ter sido acordada há três anos. Em breve, serão definidas as faixas horárias para o próximo verão.
A entidade fez referência à divulgação da Lista de Alocação de Slots final, um documento que estabelece, de maneira vinculativa, as autorizações de descolagem e aterragem nos aeroportos do país de março a outubro de 2026.
Com base em uma metodologia da Organização Mundial da Saúde, a ZERO calculou que os custos acumulados relacionados ao ruído do aeroporto Humberto Delgado têm impactado a saúde dos residentes de Lisboa, Loures e Almada, assim como a economia local, resultando em prejuízos que somam quase 12 bilhões de euros desde 2015.
A associação lembrou um estudo encomendado pelo Ministério das Infraestruturas, que, em 2022, constatou que aproximadamente 388 mil pessoas estavam expostas a níveis de ruído noturno superiores ao limite máximo estabelecido para áreas residenciais. Como resultado, recomendou o fim dos voos nesse intervalo.
Para a ZERO, a proibição dos voos noturnos é crucial para proteger a saúde da população e atenuar os efeitos econômicos negativos do ruído gerado pelos aviões.
A associação apelou ao governo para que utilize seus recursos e poderes, garantindo que a programação de voos na próxima temporada de verão respeite integralmente o período de silêncio noturno. Ela também enfatizou a importância de implementar mecanismos de monitoramento e penalização para voos fora desse horário, assegurando transparência e responsabilidade das entidades envolvidas.

