O governo dos Estados Unidos reconheceu sua responsabilidade nas falhas que contribuíram para um trágico acidente envolvendo um helicóptero Black Hawk e um avião da American Eagle, que resultou na morte de 67 pessoas sobre o rio Potomac, em Washington DC.
Em documentos judiciais apresentados em 17 de dezembro de 2025, foi confirmado que o governo assumiu sua parte na responsabilidade pelo desastre, que ocorreu quando o jato da American Eagle se aproximava do Aeroporto Nacional Ronald Reagan (DCA).
O texto do processo menciona que “os Estados Unidos reconhecem que tinham um dever de cuidado em relação aos Requerentes, que foi violado, levando ao acidente fatal”. Essa admissão veio à tona após a primeira ação judicial proposta pela família de uma das vítimas do incidente ocorrido em janeiro de 2025.
Conforme reportado pela Associated Press, a ação judicial alegava que o controlador de tráfego aéreo não seguiu os procedimentos de separação visual e que os pilotos do Black Hawk falharam em “manter a vigilância para evitar uma colisão” com o jato comercial.
A American Airlines, empresa-mãe da American Eagle, e a PSA Airlines, responsável pela operação do voo na noite do acidente, também são mencionadas como supostas envolvidas.
A Associated Press ainda revelou que o governo negou qualquer alegação de negligência por parte dos controladores de tráfego aéreo, funcionários da FAA ou representantes do Exército.
Robert A. Clifford, advogado da família da vítima, declarou: “Os Estados Unidos reconhecem a responsabilidade do Exército pela trágica perda de vidas no acidente do helicóptero e do voo 5342 da American Airlines no Aeroporto Nacional Reagan, além da falha da FAA em seguir os protocolos adequados de controle de tráfego aéreo”.
A FAA já havia relatado que entre outubro de 2021 e dezembro de 2024, ocorreram 85 incidentes em que aeronaves e helicópteros estiveram perigosamente próximos no espaço aéreo de Washington. Outros fatores que podem ter contribuído para o acidente incluem a altitude excessiva do Black Hawk e o uso inadequado da separação visual.
A colisão ocorreu em 29 de janeiro de 2025, enquanto o voo operado pela PSA Airlines, com 64 passageiros a bordo, estava a apenas 800 metros do pouso no Aeroporto Nacional Reagan. O helicóptero Black Hawk estava transportando três tripulantes militares que estavam passando por um “check ride”, um tipo de avaliação necessária para a realização de determinadas manobras de voo.

