A Wizz Air, companhia aérea europeia de baixo custo, anunciou em 7 de novembro de 2025 uma reestruturação de seu acordo com a Airbus, visando ajustar sua frota nos próximos anos. O novo entendimento envolve o adiamento das entregas de 88 aeronaves, além de uma redução significativa das encomendas do modelo A321XLR.

Apesar de a carteira de pedidos da Wizz Air, que inclui 273 aeronaves Airbus, ter mantido seu tamanho, essa alteração reflete uma mudança na estratégia da transportadora. O objetivo é acompanhar melhor as concorrentes de baixo custo, como Ryanair e easyJet.

Conforme informações divulgadas pela Wizz Air, as 88 aeronaves da família A320neo, cujas entregas estavam programadas para serem concluídas até o final do ano fiscal de 2030, agora estão agendadas para o término do ano fiscal de 2033. A companhia destacou que essa decisão é parte de um esforço para alinhar seu cronograma de entrega a uma trajetória de crescimento mais sustentável e lucrativa.

Ao implementar essa nova programação, a aérea visa limitar o crescimento anual de capacidade de assentos a uma faixa entre 10% e 12% até o final da década de 2020. Especialistas consideram essa meta mais razoável em comparação aos picos de crescimento de 15% a 20% observados anteriormente, considerados insustentáveis.

Essa reconfiguração das entregas coincide com um tempo de adaptação para a Wizz Air, que está lidando com questões de manutenção relacionadas aos motores Pratt & Whitney GTF, que equipam suas aeronaves mais novas. Essa crise, iniciada em 2023, gerou custos significativos para a companhia, embora se espera que a situação se normalize até o final de 2026.

Além do adiamento das 88 aeronaves, a Wizz Air também reduziu seu compromisso com o A321XLR, passando de 47 para apenas 11 unidades. Dentre essas, cinco aeronaves já foram entregues. As 36 aeronaves A321XLR excedentes serão convertidas em pedidos de 36 A321neos, dos quais a companhia já opera 94.

O CEO da Wizz Air, Josef Váradi, comentou que fatores como os altos preços de combustível, despesas com tripulação e a queda na demanda por voos de longa distância em aviões leves têm representado desafios significativos. Ele destacou que a operação de voos ultralongos com aeronaves estreitas não é adequada para a estrutura de custos da empresa.

A redução no pedido do A321XLR vem na sequência do fechamento da base da Wizz Air em Abu Dhabi, que se esperava que fosse uma das principais operadoras desse modelo. A companhia também encerrou suas operações em Viena, embora esse fechamento tenha sido parcialmente compensado pela expansão em outras bases na Europa Oriental, como Bratislava e Yerevan.

Esses fechamentos já estavam intimamente ligados à necessidade de utilizar o alcance do A321XLR para conectar cidades europeias a mercados de lazer no Golfo e além. Contudo, as expectativas de crescimento para esses mercados não se concretizaram como planejado.

Em termos gerais, a reestruturação das encomendas da Wizz Air sinaliza uma nova direção estratégica, buscando se afastar dos planos de expansão agressiva do passado em favor de um modelo mais equilibrado e rentável. Em julho de 2025, a companhia registrou uma queda de aproximadamente 38% no lucro operacional no primeiro trimestre do ano fiscal de 2026, devido a custos crescentes e problemas relacionados aos motores GTF.

Nos resultados financeiros divulgados, a empresa informou que seu lucro operacional recuou para 27,5 milhões de euros no primeiro trimestre do ano fiscal de 2026, abaixo dos 44,6 milhões do ano anterior. Essa diminuição foi atribuída a custos aeroportuários e de manuseio, aumento na depreciação e aterramentos.

Com o adiamento das entregas, a Wizz Air busca aliviar a pressão no curto prazo sobre seus resultados financeiros, mantendo a flexibilidade para retomar a capacidade assim que os problemas com os motores forem resolvidos. A empresa confirmou sua meta de operar uma frota totalmente NEO até 2029, antecipando a retirada dos A320ceos restantes, o que permitirá uma frota 100% NEO dois anos antes do planejado inicialmente.

Compartilhar.

Portal de notícias e etretenimento da aviação

Exit mobile version