A administração Trump está considerando a possibilidade de interromper temporariamente todo o tráfego aéreo nos Estados Unidos se a atual paralisação do governo, que já dura dois meses, fizer com que as viagens se tornem inseguras.
O secretário do Departamento de Transportes (DOT), Sean Duffy, afirmou em entrevista à CNBC no dia 3 de novembro de 2025 que, se houver indícios de risco para os viajantes, todas as operações aéreas serão suspensas. No entanto, ele ressaltou que, no momento, existem apenas atrasos significativos e não uma situação de perigo iminente.
Com a paralisação do governo atingindo o dia 35 em 4 de novembro, os principais aeroportos americanos já enfrentam inúmeros atrasos e cancelamentos. O site FlightAware registrou 273 voos atrasados e cinco cancelados no Aeroporto Internacional Newark Liberty (EWR) apenas no dia 3 de novembro. Outros grandes aeroportos, como O’Hare em Chicago (ORD) e JFK em Nova York, também apontaram atrasos, com 225 e 189 voos afetados, respectivamente.
Em comunicado, a Casa Branca indicou que mais de 5.000 voos enfrentaram atrasos em 2 de novembro de 2025. Duffy comentou que a situação se torna complicada com instalações atendidas por um número reduzido de funcionários, resultando em atrasos e cancelamentos.
### Escassez de Controladores da FAA Agrava a Situação
Duffy enfatizou que a falta de controladores de tráfego aéreo na Administração Federal de Aviação (FAA) tem ampliado os atrasos. Atualmente, a FAA enfrenta a ausência de cerca de 3.000 controladores, o que impacta significativamente o sistema aéreo dos EUA.
Esse problema se intensificou, uma vez que muitos controladores estão operando sem remuneração. Em 1º de novembro de 2025, a agência revelou que quase 13 mil controladores estavam nessa situação há várias semanas.
Além disso, a paralisação do governo levanta preocupações no DOT sobre os efeitos econômicos mais amplos para a aviação comercial. Duffy comentou que a ausência de viagens afeta diretamente a economia.
A paralisação teve início em 1 de outubro de 2025, após a falha nas negociações orçamentárias entre o Congresso e o presidente Donald Trump, especialmente devido às solicitações dos democratas para aumentar os subsídios de saúde de acordo com a Lei de Cuidados Acessíveis, além de disputas mais amplas sobre prioridades de gastos federais.

