LATAM, o maior grupo aéreo da América Latina, exemplifica a integração transfronteiriça com sua origem na fusão entre as companhias chilena LAN e a brasileira TAM em 2012. Essa união formou uma verdadeira companhia aérea pan-sul-americana, superando os desafios econômicos, geográficos e regulatórios que frequentemente limitam o potencial das empresas aéreas na região.
Apesar de enfrentar dificuldades, como o processo de recuperação sob a proteção do Capítulo 11 em 2020 devido à pandemia, a LATAM se reafirmou como um dos principais grupos aéreos do mundo. Em 2024, a companhia transportou cerca de 82 milhões de passageiros e operava mais de 340 aeronaves, abrangendo uma rede de destinos em 24 países a partir de seus principais centros operacionais em Santiago (SCL), São Paulo (GRU) e Lima (LIM).
Sob a liderança do CEO Roberto Alvo, a LATAM não apenas superou o Capítulo 11, mas também iniciou uma série de iniciativas para reforçar seu papel na região. Nos últimos meses, a companhia anunciou a renovação de suas cabines premium e novos pedidos de aeronaves de longo alcance, além de investimentos significativos em uma nova frota de aeronaves regionais para melhorar a conectividade intra-regional, tudo isso com uma forte ênfase em sustentabilidade.
Alvo, que assumiu o cargo em 2020, enfrentou o desafio de ressurgir a companhia em um momento financeiro crítico. Ele destacou que, ao contrário de outros países que ofereceram apoio às suas companhias aéreas durante a pandemia, a LATAM teve que optar pela recuperação através do Capítulo 11 para emergir mais forte.
Recentemente, LATAM anunciou a expansão de suas operações em cinco mercados domésticos: Chile, Peru, Equador, Colômbia e Brasil, além de uma subsidiária no Paraguai. A empresa também se destaca no setor de cargas, complementando seus serviços de transporte de passageiros – que representam cerca de 90% da receita do grupo.
Com base em dados, o Brasil representa o maior mercado para a LATAM, seguido pelo Chile e Peru. A companhia possui uma considerável participação no mercado doméstico brasileiro, com aproximadamente 41%, o que é o maior índice desde 2003, e detém uma posição de destaque em seus outros mercados principais.
Num cenário complexo, a LATAM optou por unificar suas operações em diversas ações sob uma única marca, diferenciando-se assim dos conglomerados europeus. Isso permite à companhia oferecer um produto consistente em toda a região, facilitando as operações.
Em relação ao modelo de negócios, Alvo apontou que a LATAM se posiciona entre as companhias de baixo custo e outras tradicionais, buscando oferecer um produto de melhor qualidade sem perder a viabilidade. A companhia tem um foco significativo na confiabilidade operacional e na experiência do cliente.
Recentemente, a LATAM apresentou uma nova classe Premium Business, além de um produto Premium Economy pioneiro na América Latina, investindo consideravelmente em suas frotas para oferecer um serviço melhorado.
O grupo também anunciou um grande pedido de 74 aeronaves Embraer E195 para aumentar a conectividade em mercados regionais. Alvo destacou que, apesar da centralização dos mercados na região, existem oportunidades significativas em cidades menores que ainda carecem de conectividade.
Além disso, a LATAM encomendou cinco Airbus A321XLR, que ampliarão suas possibilidades de conexão ao redor do mundo, especialmente para os Estados Unidos e a Península Ibérica.
Em termos de sustentabilidade, a LATAM iniciou um compromisso com a redução da intensidade de carbono e está explorando o desenvolvimento de Combustíveis de Aviação Sustentáveis (SAF) na América do Sul, um desafio que a região ainda enfrenta devido à falta de políticas públicas adequadas.
O CEO acredita no vasto potencial de crescimento do setor aéreo na América do Sul, prevendo um aumento significativo no número de viagens nos próximos anos. Ao mesmo tempo, reconhece a importância da conectividade para muitas comunidades e se compromete a liderar a indústria em direção a um futuro mais sustentável, equilibrando as demandas econômicas e ambientais.

