A Malásia reiniciou a busca pelos restos do voo MH370 da Malaysia Airlines, após mais de 11 anos do desaparecimento do Boeing 777, que estava em um voo entre Kuala Lumpur e Pequim com 239 pessoas a bordo.
Essa nova etapa do esforço de busca, que começou em 31 de dezembro de 2025, é conduzida pela empresa Ocean Infinity, especializada em robótica marítima, de acordo com um contrato de 55 dias. O foco da busca é uma área do sul do Oceano Índico, identificada pelas autoridades como a mais promissora para localizar a aeronave, com base em dados recentes de satélites, modelagens de deriva e análises de destroços recuperados ao longo dos anos.
O Ministério dos Transportes da Malásia afirmou que esta nova missão utiliza avaliações técnicas que não estavam disponíveis em tentativas anteriores de busca. Embora as coordenadas exatas da área em questão não tenham sido divulgadas, as autoridades indicaram que ela abrange cerca de 5.800 milhas quadradas do fundo do mar. A Ocean Infinity também manteve em sigilo informações sobre o cronograma e o desenvolvimento diário das operações.
A propriedade do acordo é “sem localização, sem pagamento”, o que significa que a empresa só receberá a compensação se conseguir localizar a aeronave. O pagamento, conforme estipulado pelo Ministério dos Transportes, será realizado apenas se objetos do voo forem encontrados na área de busca.
A Ocean Infinity já havia tentado localizar o MH370 em várias ocasiões. Um primeiro esforço com financiamento privado em 2018 cobriu uma ampla área do sul do Oceano Índico, mas não obteve sucesso. Uma nova tentativa foi iniciada no começo de 2025, mas foi interrompida em abril devido a condições climáticas adversas. Esta missão atual é a primeira em que a empresa retorna à área de busca após esses contratempos.
O voo MH370 desapareceu em 8 de março de 2014, menos de uma hora após sua partida, ao perder contato com os controladores de tráfego aéreo enquanto sobrevoava o Mar do Sul da China. Posteriormente, dados de radar militar indicaram que a aeronave desviou-se significativamente de sua rota e continuou a voar por várias horas até que seu combustível se esgotasse. Apesar de ter sido uma das buscas mais longas e custosas na história da aviação, o avião nunca foi encontrado.
Com o passar dos anos, alguns destroços confirmados pertencentes à aeronave, como partes do Boeing 777-200ER, apareceram nas costas da África e em ilhas do Oceano Índico. No entanto, nenhum campo de destroços ou seção significativa da fuselagem foi descoberto, mantendo as circunstâncias da perda da aeronave envoltas em mistério.
As famílias dos passageiros e da tripulação têm pressionado as autoridades a continuar a busca por respostas. Danica Weeks, cujo marido estava no MH370, expressou seu desejo de que essa nova missão traga “clareza e paz” após mais de uma década de incertezas.
Embora diversas teorias tenham sido consideradas, uma explicação conclusiva para o desaparecimento do avião ainda não foi encontrada. As autoridades da Malásia reafirmaram seu compromisso de fornecer respostas, mesmo que o caso do MH370 permaneça um dos mais complexos da aviação.

