A American Airlines adquiriu uma participação minoritária na Republic Airways Holdings após a fusão desta com a Mesa Airlines no início de 2025. Essa movimentação se alinha a uma tendência crescente entre as principais companhias aéreas americanas que buscam investir em suas parceiras regionais.
Segundo um documento recente enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a American recebeu cerca de 9,7 milhões de ações da empresa resultante da fusão, o que representa aproximadamente 20,8% do total. Essa participação foi concedida em decorrência da fusão, que foi finalizada em novembro de 2025, e a American se comprometeu a não vender suas ações por pelo menos 180 dias após a conclusão do negócio.
Com essa ação, a American se junta a seus concorrentes, a United Airlines e a Delta Air Lines, que também possuem participações na Republic. A United detém em torno de 7,7 milhões de ações, enquanto a Delta possui aproximadamente 6,7 milhões. Assim, a American torna-se a maior acionista individual entre as três.
Essas participações acionárias refletem uma transformação na gestão das redes regionais pelas companhias aéreas dos EUA. Ao invés de se basearem apenas em contratos de capacidade, as três maiores companhias estão cada vez mais financeiramente envolvidas com as empresas que operam uma parte significativa de sua rede de voos domésticos.
A junção da Republic com a Mesa forma a maior frota de jatos regionais da Embraer, com cerca de 300 aeronaves modelos E170 e E175. A nova empresa realiza mais de 1.300 voos diários e é crucial no transporte de passageiros para os principais hubs nos Estados Unidos.
Embora a fusão tenha ocorrido, a Republic e a Mesa continuarão a operar de maneira independente, mantendo seus certificados operacionais atuais. Ambas as companhias continuarão com seus acordos de voos existentes: a Republic atende American, United e Delta, enquanto a Mesa opera exclusivamente para a United sob a marca United Express.
Essa fusão representa uma das mais relevantes consolidações no setor aéreo regional americano nos últimos anos. O investimento da American destaca a importância estratégica dos grandes operadores regionais para as grandes companhias aéreas do país.
Até o momento, a American não anunciou alterações operacionais relacionadas ao investimento e o documento da SEC não especifica direitos de governança ou representação no conselho. No entanto, a estrutura e o cronograma do acordo sugerem que há mais do que apenas um interesse financeiro passivo, especialmente considerando que as companhias aéreas buscam garantir acesso a capacidades regionais a longo prazo.

