Um avião comercial da JetBlue, que seguia para Nova York, teve que realizar uma manobra evasiva na última sexta-feira, dia 12, para evitar uma colisão no ar com uma aeronave da Força Aérea dos EUA, enquanto estava próximo à Venezuela.
O voo 1112 havia decolado de Curaçao, no Caribe, e estava a cerca de 64 km da costa venezuelana quando o comandante do Airbus A320 avistou o jato militar americano, que não tinha o transponder ativado. Essa informação foi divulgada por meio de uma gravação acessível no site liveatc.net e posteriormente noticiada pela Reuters.
De acordo com o piloto da JetBlue, a aeronave militar estava a poucos quilômetros de distância e na mesma altitude. Ele comentou: “Eles cruzaram diretamente nossa rota… O transponder estava desligado. Foi inaceitável. […] Quase colidimos no ar”, acrescentando que, após o incidente, o avião militar entrou no espaço aéreo venezuelano.
Em comunicado, um representante da JetBlue afirmou que a segurança dos passageiros é a prioridade da companhia: “Nossos profissionais são treinados para lidar com diversas situações e agradecemos por terem informado a liderança sobre o ocorrido. Informamos o incidente às autoridades federais e estaremos cooperando com qualquer investigação.”
Esse episódio acontece em um contexto de aumento da atividade militar dos EUA no sul do Caribe, enquanto o presidente Donald Trump intensifica as pressões para derrubar Nicolás Maduro, o que tem gerado mais tensões nas relações entre os países.
O Comando Sul dos EUA declarou estar ciente do incidente e que está avaliando a situação: “As equipes de voo são compostas por profissionais altamente capacitados que seguem os procedimentos e requisitos aplicáveis ao espaço aéreo. A segurança continua sendo uma prioridade e estamos usando os canais apropriados para apurar os fatos.”
No mês passado, a Administração Federal de Aviação (FAA) já havia advertido as principais companhias aéreas sobre uma “situação potencialmente arriscada” ao sobrevoar a Venezuela, recomendando cautela. Várias empresas internacionais suspenderam voos na área devido ao aumento das tensões e das ameaças de ação militar por parte dos Estados Unidos.

