As companhias aéreas nos Estados Unidos estão começando a revelar o impacto financeiro da interrupção de 43 dias do governo federal. Muitas delas estão indicando que os resultados do quarto trimestre serão afetados por semanas de cancelamentos e instabilidades nos horários dos voos.
A Southwest Airlines informou que a paralisação resultou em uma queda no tráfego em diversos aeroportos principais, o que prejuízo no desempenho esperado para o quarto trimestre. A empresa ajustou sua previsão de lucro para o ano de 2025 para aproximadamente US$ 500 milhões, um valor inferior à estimativa anterior que variava entre US$ 600 milhões e US$ 800 milhões. Os motivos incluem receitas mais baixas em consequência da paralisação e um aumento nos custos de combustível.
Da mesma forma, a Delta Air Lines anunciou que seus resultados financeiros do quarto trimestre também apresentarão resultados abaixo do esperado. O CEO Ed Bastian mencionou que a paralisação custou cerca de US$ 200 milhões para a empresa, com um aumento nos reembolsos e uma queda nas reservas de passageiros, em resposta às alertas do Departamento de Transportes dos EUA e da FAA sobre a escassez de controladores.
O impasse, que se iniciou em 1º de outubro de 2025 e durou até meados de novembro, causou sérias interrupções nos voos. Muitos controladores, sem remuneração, pediram licença médica ou trabalharam temporariamente no exterior para compensar a perda de salário. A FAA foi forçada a emitir uma ordem de emergência para que as empresas cancelassem até 6% de seus voos domésticos, aumentando posteriormente esse número para 10% em 40 aeroportos importantes. Durante o período de 7 a 16 de novembro, mais de 10.000 voos foram cancelados, conforme dados registrados pela FAA e pela indústria.
Centros de aviação essenciais, como Nova York, Chicago, Los Angeles e Atlanta, enfrentaram longos atrasos e cancelamentos, o que levou as companhias a ajustarem repetidamente seus horários antes da movimentada época de viagens do Dia de Ação de Graças. A organização Airlines for America estimou que aproximadamente 5,2 milhões de passageiros foram impactados por esses atrasos ou cancelamentos relacionados à falta de pessoal.
A United Airlines e a American Airlines ainda não divulgaram estimativas financeiras sobre o efeito da paralisação, mas ambas têm pressionado o governo para resolver a situação orçamentária, enquanto as restrições de voo da FAA se tornavam mais rigorosas. A United anunciou que estaria reduzindo voos nos aeroportos afetados e a American relatou atrasos e cancelamentos generalizados à medida que a aviação federal enfrentava dificuldades para atender à demanda normal.
A Delta mencionou que a procura por passagens se recuperou desde a situação, com boas reservas para o Dia de Ação de Graças e dezembro, embora Bastian tenha reconhecido que os alertas das autoridades federais sobre a escassez de controladores causaram uma hesitação temporária entre os passageiros.
Nos próximos dias, diversas outras companhias devem atualizar suas previsões financeiras, à medida que os efeitos da paralisação se refletem em toda a indústria. Analistas acreditam que o impacto variará entre as empresas, com aquelas que operam em hubs congestionados na Costa Leste e no Centro-Oeste enfrentando desafios mais significativos.

