A Administração Federal de Aviação (FAA) iniciou uma investigação oficial para determinar se as principais companhias aéreas dos Estados Unidos cumpriram uma ordem de emergência emitida em novembro de 2025. Essa ordem exigia que as empresas reduzissem o número de voos em 40 aeroportos mais movimentados do país durante uma paralisação governamental que durou 43 dias.
Em um comunicado, a FAA informou que entrou em contato com as transportadoras que realizam mais de 10 voos diários nesses aeroportos, conforme solicitado em 12 de novembro. Companhias como United, Delta, American, Southwest, JetBlue e outras agora têm um prazo de 30 dias para enviar documentos que comprovem que atenderam às exigências de redução de voos.
Aquelas que não respeitarem os limites estabelecidos poderão ser multadas em até US$ 75 mil por voo, conforme a ordem de 12 de novembro. Essa diretiva foi emitida em resposta ao aumento de faltas dos controladores de tráfego aéreo voluntários e determinou que operadoras de voos regulares reduzissem suas operações domésticas em 6% entre 6h e 22h nos aeroportos afetados, visando estabilizar o serviço diante da escassez de pessoal. As restrições foram suspensas após o término da paralisação em 12 de novembro.
As cartas enviadas pela agência às companhias aéreas abordam uma revisão minuciosa do comportamento das empresas durante os nove dias em que a ordem de emergência estava em vigor. Cada carta destaca o risco de penalidades e solicita que as transportadoras apresentem “qualquer prova ou declaração” que comprove a conformidade. A investigação abrange aeroportos como JFK, LaGuardia, Newark, Chicago O’Hare, Atlanta, Denver, Los Angeles, São Francisco, entre outros.
É importante ressaltar que surgiram relatos de descumprimentos durante a paralisação. Dados da Cirium indicaram que, em 14 de novembro, quando a redução de 6% era obrigatória, as companhias aéreas apenas cortaram cerca de 2% de seus voos. A FAA já havia indicado preocupações sobre esses descumprimentos no mês passado, mas não havia confirmado uma investigação formal até agora.
A paralisação teve um impacto significativo nas operações e finanças do setor. A Delta Air Lines informou que as interrupções resultaram em prejuízos de cerca de US$ 200 milhões, com aumento de reembolsos e queda nas reservas após alertas públicos da FAA e do Departamento de Transportes sobre a falta de pessoal entre os controladores. A Southwest Airlines também expressou preocupações sobre as consequências financeiras da paralisação. Entre 7 e 16 de novembro, mais de 10.000 voos foram cancelados nos Estados Unidos, conforme dados da FAA.
As companhias aéreas têm até o início de janeiro de 2026 para enviar sua documentação à FAA. A agência destacou que qualquer informação recebida será considerada em sua análise. Até o momento, não foram divulgadas publicamente as transportadoras que podem ter excedido os limites ou quantas situações de descumprimento estão sendo investigadas.

