A transportadora aérea de baixo custo Ryanair anunciou que suspenderá todos os seus voos de e para os Açores a partir de 29 de março de 2026.
Em uma declaração emitida em 20 de novembro de 2025, a Ryanair justificou essa decisão pelas “altas taxas aeroportuárias” impostas em Portugal, geridas pela ANA, que opera a maioria dos aeroportos do país. A empresa também criticou a passividade do governo português em relação a essa questão.
A companhia aérea destacou que, desde a pandemia, houve um aumento de 120% nas tarifas de controle de tráfego aéreo, além da introdução de uma taxa de 2 euros para viagens. Em contraste, outros países europeus estão eliminando impostos semelhantes para estimular o crescimento do setor.
A Ryanair ainda observou que o monopólio da ANA não possui um plano para melhorar a acessibilidade de voos de baixo custo aos Açores, já que não enfrenta concorrência em Portugal. Isso resultou em um aumento das taxas aeroportuárias “sem consequências”, segundo a companhia.
Em sua declaração, a empresa afirmou que o governo português precisa atuar para assegurar que os aeroportos atendam os interesses da população e não apenas do monopólio aeroportuário.
“Após uma década de operações anuais da Ryanair, uma das regiões mais isoladas da Europa perderá agora voos diretos a preços acessíveis para Londres, Bruxelas, Lisboa e Porto devido às altas taxas da ANA e à inação do governo”, afirmou Jason McGuinness, CCO da Ryanair.
Os regulamentos e impostos da União Europeia estão dificultando a concorrência em áreas remotas como os Açores. Um exemplo é o Regime de Comércio de Emissões da UE, que se aplica apenas a voos dentro da Europa, enquanto os voos de longa distância para locais como os EUA e o Oriente Médio continuam isentos.
Recentemente, a UE decidiu expandir o RCLE para incluir regiões remotas, como os Açores.

