A Azul Linhas Aéreas enfrenta uma evasão inédita de tripulantes técnicos. Somente em setembro, 48 pilotos deixaram a companhia, número mais que triplo da média mensal registrada até então, de cerca de 14 desligamentos. Com isso, a empresa já ultrapassou a projeção interna de saídas para todo o semestre.

Até agosto, a Azul contabilizava 128 desligamentos no ano e esperava encerrar 2025 com cerca de 164. O aumento inesperado elevou a preocupação com a manutenção da malha aérea e o impacto operacional nas principais bases da companhia.

Os maiores impactos ocorreram nas frotas Airbus A320 e Embraer E195, com a saída de 21 copilotos e 7 comandantes. A divisão regional Azul Conecta também registrou perdas entre seus pilotos. A maioria dos profissionais migrou para outras companhias, como Latam e Gol, ou para empresas estrangeiras, incluindo a Etihad Airways.

Entre os principais motivos relatados pelos profissionais estão insatisfação com as escalas de trabalho, remuneração e falta de perspectiva de carreira. A Azul reconheceu internamente o aumento no número de desligamentos, mas até o momento não anunciou medidas concretas para conter a evasão.

Por outro lado, as saídas aceleraram o processo de promoção de copilotos para comandante, principalmente nas frotas A320 e A330, devido à redução no quadro de senioridade. Ainda assim, estima-se que o déficit operacional da companhia já supere 100 pilotos, mesmo considerando as contratações e promoções em andamento.

Relatórios apontam que, em 2025, a Azul já registra uma média de 14,2 desligamentos mensais, superando os números do ano anterior. A saída de profissionais experientes tem elevado a pressão sobre a equipe remanescente e aumentado a sobrecarga nas operações.

A única frota que se mantém estável é a Pilatus PC-12, utilizada em voos de suporte e transporte especial.