A aviação comercial no Brasil está prestes a alcançar um novo marco de passageiros em 2025, de acordo com Juliano Noman, que lidera a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Até outubro, 106,8 milhões de pessoas já haviam viajado em voos tanto nacionais quanto internacionais, representando um aumento de 9,5% em relação ao ano anterior e um crescimento de 9% quando comparado a 2019, que foi o período anterior à pandemia. A expectativa é que o total chegue a aproximadamente 130 milhões até o final do ano.

Em uma coletiva de imprensa em Brasília, Noman expressou otimismo em relação aos números e ressaltou que o grande desafio do setor aéreo é garantir um crescimento que inclua todas as camadas da população. Para ele, a democratização do transporte aéreo está vinculada à diminuição dos custos da indústria. Ele destacou a reforma tributária, que poderia aumentar a carga tributária do setor até três vezes; a elevação da alíquota do IOF sobre remessas ao exterior, de 0,38% para 3,5%; e a potencial alta do Imposto de Renda sobre o leasing de aeronaves, que pode chegar a 15% em 2027, como pontos importantes a serem considerados.

Noman expressou confiança de que esses assuntos serão abordados, enfatizando que se trata de uma questão de competitividade para as empresas brasileiras. Ele também citou que cerca de 60% dos custos da aviação estão relacionados ao dólar, o que aumenta a vulnerabilidade das companhias aéreas às variações cambiais. Para mitigar esse impacto, o setor está dialogando com o governo. Noman questionou se a aviação deve ser considerada uma atividade de Estado e se deveria ser um meio de transporte acessível a todos ou restrito a classes mais altas.

O presidente da Abear avaliou que as conversas com o governo têm sido construtivas, citando o novo financiamento disponível pelo Fundo Nacional da Aviação Civil (FNAC), que oferece R$ 4 bilhões para as aéreas. Ele acredita que isso ajudará a reduzir os efeitos da variação cambial, embora ainda haja melhorias a serem feitas no acesso a esses recursos.

Além disso, Noman chamou a atenção para a alta judicialização no setor aéreo, mencionando que o Brasil concentra aproximadamente 95% das ações judiciais contra companhias aéreas em todo o mundo. Segundo dados da Abear, a litigância entre passageiros brasileiros é 20 vezes superior à de estrangeiros, resultando em um custo anual de cerca de R$ 1,4 bilhão para as empresas. Ele espera que a decisão do ministro Dias Toffoli, que suspendeu processos relacionados a atrasos e cancelamentos devido a condições meteorológicas, ajude a amenizar esse problema, destacando que atrasos têm como objetivo priorizar a segurança dos passageiros.

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