A Airbus Defence and Space firmou, em parceria com o Cluster Português para as Indústrias da Aeronáutica, Espaço e Defesa (AED Cluster Portugal), um Memorando de Entendimento (MoU) que marca o início de um estudo conjunto para a futura substituição da frota de caças F-16 da Força Aérea Portuguesa. O anúncio foi feito no dia 27 de outubro e representa um importante passo para o fortalecimento da cooperação entre Portugal e a indústria europeia de defesa.
O acordo tem como objetivo elaborar uma proposta industrial abrangente baseada no programa Eurofighter Typhoon, considerado a principal aeronave de combate europeia. A iniciativa surge em um momento em que a Europa busca reforçar sua soberania tecnológica e autonomia estratégica no setor de defesa.
José Luis de Miguel, diretor da Airbus Defence and Space para a Europa, destacou que o Eurofighter é a escolha natural para a modernização da frota portuguesa, ressaltando o alinhamento com os objetivos de soberania europeia. Ele lembrou a longa história de cooperação entre Portugal e a Airbus, especialmente através do programa C295 de Transporte Tático Médio, e afirmou que o novo projeto reforçará ainda mais essa relação de confiança e integração industrial.
Para José Neves, presidente do AED Cluster Portugal, o Memorando de Entendimento fortalece a parceria com um dos principais grupos aeroespaciais do mundo e posiciona a indústria portuguesa dentro das cadeias globais de valor. Ele ressaltou que o compromisso do Cluster é conectar o país aos grandes players internacionais, impulsionando o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico nacional.
Nos últimos anos, a Airbus tem desempenhado papel central no fortalecimento da indústria aeronáutica em Portugal, colaborando com mais de 30 empresas locais e gerando aproximadamente 1.500 empregos qualificados. Essa parceria tem contribuído para consolidar a presença portuguesa em programas internacionais e para aproximar o país dos grandes projetos de defesa e inovação europeus.
O Eurofighter Typhoon é o maior programa europeu de defesa e conta com a participação de quatro países da OTAN: Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido. Além de sua relevância estratégica, o projeto é um importante motor econômico, responsável pela criação de mais de 100 mil empregos em toda a Europa. Até o momento, mais de 740 unidades foram encomendadas por nove nações, consolidando o Eurofighter como o caça europeu mais bem-sucedido em produção contínua.
Com manutenção e modernizações previstas até depois de 2060, o Eurofighter continua sendo uma plataforma essencial para o desenvolvimento de novas tecnologias e para a validação de sistemas de próxima geração, servindo como base para futuros programas de aeronaves de combate no continente.
A proposta da Airbus reforça o papel de Portugal como parceiro estratégico na construção de uma Europa mais integrada em defesa, inovação e indústria aeronáutica, consolidando sua posição dentro do ecossistema tecnológico e militar europeu.


