O Brasil está prestes a entrar em uma nova fase de crescimento intenso na aviação comercial, similar ao que ocorreu entre os anos 2000 e 2015. A Airbus, líder mundial na fabricação de aeronaves, projeta que o número de passageiros no país deverá mais que dobrar até 2044, alcançando 266,3 milhões por ano. Isso representa uma média de 1,11 passageiro por habitante, ou seja, cada brasileiro voará pelo menos uma vez ao ano. Essas informações foram divulgadas no Global Market Forecast da Airbus. Em 2024, a ANAC reportou 121.360.316 passageiros, o que, considerando a população de 212,6 milhões, resulta em uma média de 0,57 voos por habitante, ainda inferior a países como o Chile.

De acordo com a Airbus, o maior crescimento está previsto para o mercado interno (149%), seguido por rotas na América Latina (145%) e voos internacionais (121%). Para suportar essa demanda crescente, a frota de aeronaves no Brasil precisará aumentar em 122%, com uma demanda significativa por aviões de corredor único e de fuselagem larga. Hoje, as principais operadoras brasileiras, como Azul, Latam e Gol, operam aproximadamente 500 aeronaves, com a expectativa de que esse número suba para mais de 1.000, marcando uma nova era na aviação comercial.

Gigantes do setor, como Airbus, Boeing e Embraer, irão competir para conquistar o mercado de novas aeronaves. A fabricante chinesa Comac, por sua vez, busca obter certificação internacional para atuar na região e participar deste crescimento. A Total Linhas Aéreas, interessada em retomar suas atividades, já considera a introdução de jatos da Comac em sua frota.

Essa expansão pode levar à consolidação das companhias que já operam, principalmente porque as três principais aéreas brasileiras recentemente finalizaram processos de recuperação judicial. Ao mesmo tempo, novas companhias aéreas podem surgir, resultando em um aumento significativo na oferta de voos. O crescimento da aviação está impulsionado pela projeção de expansão econômica, aumento da classe média e maior conectividade, tanto interna quanto internacional. A Airbus prevê que o PIB da América Latina dobrará nos próximos 20 anos.

Mudanças significativas estão visíveis na aviação brasileira. A incorporação da Embraer à Latam e a introdução de aeronaves grandes pela Gol são exemplos desse movimento. As principais cidades do Nordeste, como Salvador e Fortaleza, estão se desenvolvendo como hubs de aviação, enquanto Recife se destaca como um grande centro de conexões. A legislação que rege o Fundo Nacional da Aviação Civil (FNAC) condiciona o crescimento das companhias aéreas à ampliação de voos na Amazônia Legal e no Nordeste.

Nos últimos anos, o Brasil viu um grande aumento no número de passageiros, passando de 38,6 milhões em 2000 para mais de 121,6 milhões em 2019. Em 2024, os números já indicam uma recuperação significativa, quase igualando os níveis antes da pandemia, com 121,3 milhões de passageiros.

O modelo Airbus A321 XLR, que já está em operação pela Iberia e logo será adotado por outras companhias, pode abrir novas rotas de longa distância, incluindo conexões diretas entre o Brasil e a Europa. Recentemente, a Iberia iniciou voos entre Recife e Madri com grande demanda. O CEO da Latam acredita que o A321 XLR pode transformar Fortaleza em um hub internacional, um ponto ponderado por Arturo Barrero, presidente da Airbus na América Latina.

A Airbus continua a trabalhar em inovações, incluindo o desenvolvimento de uma aeronave que pode operar por até 22 horas, podendo assim estabelecer o voo mais longo do mundo. O modelo A350-1000ULR visa conectar destinos como Sydney a Nova York e Londres com voos superiores a 20 horas.

Por fim, a Airbus busca recuperar os índices de entrega de aeronaves anteriores à pandemia ao aumentar sua capacidade de produção. Enquanto a Boeing também enfrenta desafios nesse aspecto, a Airbus planeja atingir uma taxa mensal de 75 entregas do modelo A320 em 2027 e 12 para o A220 em 2026. Os novos modelos da Airbus apresentam ganhos em eficiência, reduzindo significativamente as emissões, com a meta de lançar aeronaves ainda mais ecológicas até 2050.

Esses avanços e projeções fundamentais podem transformar o cenário da aviação no Brasil e na América Latina nos próximos anos.

Compartilhar.

Portal de notícias e etretenimento da aviação

Exit mobile version