O governo da Venezuela decidiu cancelar as autorizações de funcionamento para diversas companhias aéreas, incluindo Gol (Brasil), Latam Colômbia, Avianca, Ibéria, TAP e Turkish. Essa ação ocorreu após a autoridade de aviação civil do país, o INAC, estipular um prazo de 48 horas para que essas empresas retomassem seus voos programados, prazo que foi descumprido. No entanto, as companhias Air Europa e Plus Ultra, que também tinham suspenso voos, não foram afetadas pela revogação.
As companhias aéreas internacionais haviam interrompido suas rotas para a Venezuela em resposta a um alerta de segurança emitido pela FAA dos EUA em 21 de novembro, que foi seguido por semelhante aviso do governo espanhol e um comunicado da IATA, apelando para o diálogo entre as partes.
O consórcio venezuelano de aviação, CONVIASA, garantiu que a operação das aéreas locais continua sem interrupções, com voos para destinos tanto dentro quanto fora do país. Empresas como Estelas Latinoamérica e Laser Airlines também afirmaram estar funcionando normalmente. Companhias de outras nações latino-americanas, como a Copa e a Boliviana de Aviación, mantêm suas operações.
As autoridades estrangeiras estão preocupadas com a possibilidade de um aumento nas tensões militares entre os EUA e a Venezuela, especialmente com o aumento da presença militar norte-americana na região, que o governo dos EUA justifica como parte de operações contra o narcotráfico.
Ainda nesse contexto, uma aeronave dos Estados Unidos aterrissou no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, transportando 175 deportados, incluindo cinco crianças, após partir do Arizona, com todas as etapas do voo sendo realizadas sem incidentes.
Historicamente, há registros de aeronaves civis sendo abatidas em conflitos militares. Um caso notório ocorreu em 1988, quando o USS Vincennes, da marinha dos EUA, abateu um Airbus A300 do Irã, resultando na morte das 290 pessoas a bordo. Em 2014, um Boeing 777 da Malaysia Airlines foi derrubado na Ucrânia, causando a morte de 298 pessoas; o governo russo nega qualquer envolvimento nesse incidente, mas admitiu responsabilidade no abate de um Embraer 190 da Azerbaijão Airlines em 2024, que vitimou 38 pessoas.
Além disso, o cenário geopolítico permanece tenso, com aumentos nas atividades militares e deslocamento de aeronaves nas proximidades da Venezuela, refletindo a complexidade das relações na região.


