A Embraer (EMBJ3), fabricante brasileira de aeronaves, divulgou nesta segunda-feira (17) a aquisição de quatro jatos E175 pela companhia aérea africana Air Côte d’Ivoire. Além disso, a empresa registrou três pedidos de jatos E195-E2 da Helvetic Airways, da Suíça. Às 12h45 (horário de Brasília), as ações da Embraer apresentavam uma alta de 1,12%, cotadas a R$ 84,23.
O Itaú BBA avaliou a notícia como favorável para a Embraer, projetando que essas encomendas serão adicionadas à carteira de pedidos do quarto trimestre de 2025, resultando em um incremento de aproximadamente US$ 215 milhões ao backlog atual, que se encontra em US$ 31,3 bilhões. O banco acredita que esses novos contratos fortalecem o desempenho comercial da fabricante e ajudam na expansão de sua base de clientes na aviação comercial.
Ainda segundo o banco, o teste de voo da Eve, unidade de eVTOLs da Embraer, está agendado para ocorrer entre o final de dezembro e o início de janeiro, o que pode ser um fator positivo para as ações. Por esse motivo, a instituição manteve a classificação de “superar” e um preço-alvo de US$ 75.
O Bradesco BBI compartilha uma visão otimista em relação às novas encomendas, ressaltando que a demanda pelos jatos comerciais da Embraer continua robusta. Com base nos preços de lista, os pedidos podem acrescentar cerca de US$ 500 milhões ao backlog da divisão de aviação comercial da empresa. O banco também observou que essas aquisições levam o índice book-to-bill (relação entre produtos entregues e faturados) da aviação comercial em 2025 a 2,7 vezes, comparado a 1,6 vezes em 2024, estimando um impacto de US$ 0,20 por ação.
Em contrapartida, a XP Investimentos acredita que o valuation da empresa está elevado e mantém uma recomendação neutra, com um preço-alvo de R$ 79,00 por ação para 2026. A corretora menciona que o sentimento entre investidores continua positivo, com muitos acreditando que as expectativas de 2025 serão alcançadas ou superadas, e projeta receitas entre US$ 8,0 e 8,6 bilhões e margens EBIT de 8,6 a 9,5%. Contudo, a XP destaca que o valuation foi o principal risco identificado em sua pesquisa, com uma parte significativa dos entrevistados considerando os níveis atuais muito altos, refletindo já um cenário otimista. Com um P/L de 20,9 vezes para 2026, a corretora acredita que os múltiplos atuais já consideram uma perspectiva operacional favorável, e a possibilidade de valorização futura dependia de alternativas disponíveis.


