China apresenta o C919 no Dubai Airshow, ampliando presença na aviação global

A indústria aeronáutica chinesa está se preparando para um impulso significativo no mercado internacional com a participação do Comac C919 no Dubai Airshow de 2025. Esta será a primeira vez que o C919 será exibido no Oriente Médio, uma região com alta demanda por aeronaves de fuselagem estreita. O avião chegou a Dubai no dia 10 de outubro após uma parada técnica em Daca, Bangladesh.

Essa exibição é parte de uma estratégia mais ampla da China para consolidar sua presença na aviação civil global, especialmente em mercados que apresentam boas perspectivas de crescimento, mas que enfrentam obstáculos de acesso a crédito internacional. A participação neste evento ocorre em um momento em que a demanda global por aeronaves está se recuperando, ao mesmo tempo em que a Airbus e a Boeing enfrentam desafios contínuos nas cadeias de suprimentos. Apesar de a Comac também ser impactada por esses problemas, seu número relativamente menor de pedidos permite uma adaptação mais ágil às condições do mercado.

O C919, desenvolvido localmente, é uma peça central na estratégia da China para reduzir sua dependência de fabricantes estrangeiros e se estabelecer em um setor industrial complexo e altamente técnico. Embora o país já tenha conquistado espaço em setores como eletrônicos e automotivos, ainda busca um papel mais significativo na aviação comercial mundial.

Durante o Dubai Airshow, a Comac não apenas apresentará o avião em exibição estática, mas também buscará posicioná-lo como uma alternativa viável aos modelos Airbus A320 e Boeing 737. Até o momento, a empresa afirma ter acumulado mais de 1.000 pedidos, entre encomendas firmes e intenções de compra.

Desde que começou a operar comercialmente em maio de 2023, o C919 já transportou mais de dois milhões de passageiros, com dezenove unidades entregues a três companhias aéreas chinesas: China Eastern Airlines, Air China e China Southern Airlines, que operam uma série de rotas domésticas.

A China Eastern, como cliente inicial, já utiliza nove unidades em várias rotas e contabilizou mais de 850 mil passageiros em 6.240 voos. A Air China opera quatro unidades em rotas importantes entre as principais cidades do país. A China Southern, por sua vez, conecta Guangzhou a várias cidades utilizando seis C919.

Com capacidade para acomodar entre 158 e 192 passageiros e um alcance que varia de 4.000 a 5.500 km, o C919 é projetado para competir diretamente com os modelos A320neo e 737 MAX, contando com motores CFM LEAP-1C e sistemas de fornecedores ocidentais aliados às aeronaves da Airbus e da Boeing.

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