Um estudo realizado pela Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) revela que o Brasil enfrentou cerca de 5,1 mil casos de colisões entre aves e aeronaves, conhecidas como ataques de pássaros, entre 2022 e 2024. Esses registros dizem respeito à aviação comercial regular e sugerem uma média de uma colisão a cada cinco horas nos aeroportos do país.

O levantamento também destaca um aumento significativo de 32% nas ocorrências no primeiro semestre de 2025, com mais de 1,1 mil casos registrados, em comparação a 869 no mesmo período do ano anterior.

Esses incidentes têm impacto direto nas operações aéreas, com uma estimativa de que cerca de 27 mil passageiros sejam afetados anualmente devido ao cancelamento de aproximadamente 100 voos. As colisões acarretam atrasos e interrupções, obrigando as companhias aéreas a atender a Resolução nº 400 da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que determina que sejam oferecidos serviços como alimentação e hospedagem aos passageiros. O custo anual atribuído a esses problemas, incluindo manutenção e indisponibilidade das aeronaves, é estimado em R$ 200 milhões.

A pesquisa também indica que 80% dos incidentes ocorrem nos primeiros minutos após a decolagem ou durante a aproximação para o pouso, em áreas fora do aeroporto, mas dentro da Área de Segurança Aeroportuária (ASA). Em 8% dos casos, as aeronaves sofreram danos, afetando assim a programação de voos.

Para lidar com essa questão, a Abear enfatiza a necessidade de regulamentação da Lei nº 12.725/2012, que trata do controle de fauna nas proximidades dos aeródromos. Raul de Souza, diretor de Segurança e Operações de Voo da Abear, propõe a criação de um decreto presidencial que permita a imposição de sanções para atividades que atraem aves para a ASA.

Ele explica que, uma vez regulamentada, a próxima etapa será identificar os aeroportos prioritários e implementar medidas, em colaboração com as administrações aeroportuárias, municípios, órgãos ambientais e o Ministério Público. A proposta inclui ações de monitoramento, fiscalização e controle de atividades que possam aumentar a presença de aves nas áreas adjacentes aos aeroportos.

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