Um voo comercial da JetBlue teve que interromper sua decolagem para evitar uma colisão com um avião-tanque da Força Aérea dos Estados Unidos. A aeronave, que partira de Curação, na região caribenha próxima à costa da Venezuela, teve seus planos alterados pelo aparelho militar que cruzou sua rota. O piloto da JetBlue expressou sua preocupação durante uma comunicação com o controle de tráfego aéreo.
Ele mencionou que a situação foi crítica: “Quase houve uma colisão. Um avião-tanque da Força Aérea estava a poucos quilômetros da nossa trajetória e não estava com o transponder ligado, o que é inaceitável”, comentou.
O incidente aconteceu na última sexta-feira, 12, com o voo 1112 que ia de Curação em direção a Nova York. O piloto detalhou que a aeronave da Força Aérea entrou no espaço aéreo venezuelano logo após o incidente. Esse episódio se dá em um contexto de intensificação das atividades militares dos EUA na região caribenha e no Pacífico, com a meta de combater o tráfico de drogas e pressionar o governo venezuelano.
Um porta-voz da JetBlue, Derek Dombrowski, afirmou que o caso foi comunicado às autoridades competentes e que a empresa se disporia a colaborar em qualquer investigação. Ele ressaltou que a equipe é devidamente treinada para lidar com diversas situações em voo e agradeceu por terem relatado o ocorrido imediatamente à liderança da companhia.
Recentemente, a Administração de Aviação havia emitido um alerta a aeronaves americanas, sugerindo cautela ao sobrevoar a Venezuela, em virtude do aumento das tensões militares e da insegurança na área.
O controlador de tráfego aéreo, em resposta ao piloto, comentou sobre a preocupação com a presença de aeronaves não identificadas no espaço aéreo.
### Tensão na Região Caribenha e Pacífica
Desde agosto, a presença militar dos EUA na costa da Venezuela se intensificou, com pelo menos 22 intervenções contra barcos suspeitos de tráfico, resultando em 83 mortes. Enquanto o Pentágono afirma que está combatendo o narcotráfico, especialistas indicam que essas ações podem ser vistas como execuções extrajudiciais, mesmo com o foco em criminosos.
As autoridades americanas sustentam que os barcos atacados estavam associados a aproximadamente 20 cartéis de drogas em confronto com os Estados Unidos. A Casa Branca também afirmou que essas operações estão em conformidade com a Lei dos Conflitos Armados, que visa proteger civis durante os ataques.


